O Altíssimo criou o mundo estruturado. Isso é o mesmo que dizer que a realidade está sujeita a uma Ordem criacional e que esta realidade só pode se revelar quando essa ordem é obedecida. De um modo simplificado, a Criação está estruturada em duas partes: a criação inferior e a criação superior. Tudo o mais que existe debaixo do sol, ou melhor, o que existe do lado de cá da eternidade, exceto a humanidade, se encaixa na criação inferior. Apenas o ser humano constitui a criação superior do lado de cá da eternidade, e apenas o ser humano é o vínculo, o elo que dá sentido à criação inferior. Já de início, a sociologia cristã está em antítese absoluta em relação à sociologia clássica, posto que esta sociologia advoga a prevalência daquilo que eles chamam de “Natureza” sobre a raça humana. Com a sociologia clássica se alinham todas as configurações religiosas pagãs existentes, já que estas atribuem à Terra o status de mãe, ou a declaram como matriz primordial da existência humana etc. Para a sociologia cristã, a criação inferior (Natureza) foi feita para os seres humanos e não o inverso. Essa posição decorre de vários elementos lógicos facilmente defensáveis, mas principalmente da sintonia fina que há entre as condições materiais do planeta e a vida humana. A realidade apresenta-se como uma totalidade, porém é percebida e experienciada por meio de estruturas modais (Aspecto Modal) que residem no Coração. Ou melhor, o Coração humano se projeta para a realidade exterior por meio de estruturas modais, as quais constituem uma unidade múltipla. Não, não é uma contradição. Ao mesmo tempo que as estruturas modais possuem cada uma a sua esfera de lei, sendo assim únicas em sua esfera, elas existem numa relação inquebrantável que permite que as totalidades individuais — árvores, casas, estradas, negócios, arte etc. — sejam experienciadas pelo ser humano de uma só vez, sem qualquer distinção analítica. Isso é o mesmo que dizer que cada Aspecto Modal contribui para a experiência.